Atletas olímpicos não vivem sem peixe
9 de agosto de 2016Antes de entrar na pista de corrida, Usain Bolt come peixe salgado com ackee – fruta típica caribenha que o cozinheiro da delegação da Jamaica trouxe para o Rio de Janeiro na bagagem.
A carne branca, leve e de fácil digestão é perfeita para uma refeição saudável e nutritiva, algo essencial para um atleta, ainda mais para aqueles que levam os corpos e mentes ao limite, como o velocista.
A gordura dos pescados é boa, uma raridade entre os alimentos de origem animal, além de necessária à saúde. Um de seus benefícios é a ação anti-inflamatória.
Já a proteína é um nutriente fundamental para a recuperação e reparação do tecido muscular após o esforço físico. A vantagem do peixe é que a sua proteína é facilmente digerida e utilizada pelo organismo.
O ideal para quem é esportista ou não é consumir peixe, pelo menos, três vezes por semana. A nutricionista Flávia Monzillo dá mais detalhes sobre o alimento que não falta nas “dietas olímpicas”.
Por que o peixe é fundamental na dieta de atletas do nível olímpico?
Atletas olímpicos em geral precisam otimizar suas escolhas alimentares pensando sempre em densidade nutritiva. Peixes são fontes de proteínas e sua gordura é predominantemente poliinsaturada, ricos em ácido graxos e ômega -3 (EPA e DHEA), que podem atuar de diversas maneiras no organismo como: ajudando a reduzir danos vasculares, evitando a formação de coágulos (trombose) e de depósitos de gordura nos vasos sanguíneos; melhorando o perfil lipídico de atletas, ajudando no controle de temperatura corporal, perda de água e atuando positivamente no sistema imunológico.
Sabemos que cada modalidade tem uma exigência diferente em relação à alimentação, porque exige o corpo em níveis e jeitos diferentes. Qual tipo de peixe é melhor para a dieta de atletas tão diferentes quanto um levantador de peso e um maratonista?
Um levantador de peso tem suas exigências aumentadas em todos os nutrientes, porém, principalmente em proteínas e gorduras. Peixes mais gordos como o atum, cavala, tainha, salmão, sardinha, bagre e cação são opções.
Já para um maratonista, seu maior desafio é a ingestão de carboidratos para seu esporte de endurance. Neste caso peixes mais magros como o bacalhau, badejo, corvina, dourado, garoupa, linguado, pescada, robalo, charme, truta, galo e pargo são opções.
Existem peixes mais indicados para consumo antes do treino e outros mais indicados para o pós-treino?Por via de regra, um lanche pré-treino deve ser rico em carboidratos e pobre em gorduras. Porém se o atleta fizer uma refeição 90 minutos antes de treinar, ele pode associar uma fonte magra com proteínas de alto valor biológico (peixe) em sua fonte energética.
O pós-treino é o momento de recuperação muscular, a refeição deve contar com todas as fontes de uma maneira equilibrada (carboidratos, proteínas, fibras e gorduras). Durante períodos de treinos e competições, o atleta deverá se atentar ao seu tempo de digestão para escolher entre peixes mais gordos ou mais magros, lembrando que a gordura demora mais para se transformar em energia.
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