Posso dar peixe cru para o meu filho?
24 de agosto de 2015O rodízio de sushi é quase tão querido nos centros urbanos brasileiros quanto à pizza. Para o país que tem a maior população japonesa fora do Japão, até que demoramos para abandonar o estranhamento diante do peixe cru. Mas já se vão mais de 20 anos desde que sashimis, niguiris, temakis e afins passaram a ser encontrados bem além das fronteiras da Liberdade (bairro paulistano que concentra descendentes de orientais).
Então, é comum um casal ter como programa preferido aos sábados à noite, a ida a um “japa”. Quando viram pais, mais cedo ou mais tarde, se perguntam: “Posso dar peixe cru para o meu filho? Até quando vou ter de esperar para voltar a frequentar um restaurante japonês?”
A nutricionista especializada em crianças Flávia Monzillo explica que a partir dos dois anos de idade, a criança está pronta para receber a mesma variedade de alimentos que um adulto. “O peixe é um alimento rico em proteínas, gorduras, ferro e vitaminas do complexo B, que são elementos importantes para o desenvolvimento físico e intelectual das crianças”, incentiva ela. Se for cozido e sem espinhas, o peixe pode ser consumido desde os seis meses de idade. Cru, a recomendação é quando os alimentos sólidos forem introduzidos na dieta.
Entretanto, existem alguns cuidados extras na hora do consumo do peixe cru por crianças:
1. Qualidade
As bactérias multiplicam-se nos alimentos quando encontram condições ideais de umidade e temperatura. Na faixa entre 5Co e 60Co , tornam-se ativas. “Por isso, no caso do peixe cru é fundamental que exista um controle rígido de qualidade desde o momento que o peixe sai da água até a hora de ser servido”, explica Flávia. O ideal é o pescado ser mantido congelado e resfriado abaixo dessas temperaturas até muito próximo do momento do consumo. Certifique-se que o estabelecimento tem certificado sanitário, que garante a procedência e a qualidade do peixe.
2. Quantidade
“O que leva alguém a passar mal, além do grau de contaminação do alimento, é a quantidade que foi ingerida e a condição imunológica da pessoa no momento”, comenta a nutricionista. Nos pequenos, o sistema imunológico e a flora intestinal ainda estão em desenvolvimento. Portanto, é bom maneirar na quantidade, afinal, eles se defendem de uma forma diferente dos adultos e correm mais riscos.
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