Ingredientes exóticos que não se acha no rodízio japonês
25 de julho de 2016Niguiri de atum, hot roll, uramaki de salmão, temaki de salmon skin. Existem itens da culinária japonesa que já fazem tão parte do nosso dia a dia quanto uma pizza marguerita ou o estrogonofe.
Mas além dos festivais e rodízios de sushi, a comida japonesa pode ser exótica e apresentar sabores e texturas bem diferentes dos que o brasileiro está acostumado.
Para quem tem curiosidade (ou não), listamos as características de iguarias que não encontramos em qualquer restaurante, mas que fazem parte da riqueza gastronômica oriental.
Ovas de peixe
Começamos com um item não tão raro assim: as pequenas esferas que aparecem sobre os sushis (geralmente o gunkan, envolto em alga). São extraídas dos ovários de peixes de diversas espécies e têm sabor acentuado. As alaranjadas translúcidas são de salmão – costumam explodir na boca. De tamanho menor e de cores variadas (dependendo do ingrediente com que são misturadas, elas pegam a cor) são as ovas do peixe-voador e de capelim, mais crocantes que a do salmão. Dependendo do peixe, as ovas podem ter formatos e aparências completamente diferentes. Vão bem também em torradas, com cogumelos e batatas assadas. Uma curiosidade: o caviar geralmente é feito com ovas de esturjão.
Ouriço-do-mar
Em japonês, o nome do ouriço-do-mar é chamado uni e normalmente é assim que é apresentado nos cardápios. Dá trabalho retirar todos os espinhos dessa criatura para chegar em sua saborosa entranha. O sabor é salgado, de maresia, e a textura é cremosa, a exemplo da ostra, porém levemente mais suave. Assim como nas ovas, a parte comestível do ouriço são partes de seu órgão reprodutor (feminino e masculino). A aparência pode causar estranheza: disforme, mole, entre o tom amarelo e laranja. Mas quem se aventura, não costuma se arrepender. Não é assim com quase tudo na gastronomia japonesa?
Barbatana de tubarão
Este é um ingrediente polêmico, muito combatido por ecologistas mundo afora. E alguns lugares, a barbatana de tubarão é uma tradição milenar, como na China. Em outros, foi totalmente proibida, como na Califórnia. No Brasil, usamos o tipo cação, tanto para a carne quanto para a barbatana. No sushi, ela é apresentada em fiapos transparentes. Tem consistência quase plástica, e sabor discreto.
Enguia
No Japão é tão comum quanto o atum, mas no Brasil esse peixe não é tão facilmente encontrado. Existem dois tipos, unagui, de água doce, e anago, de água salgada. Importada, a unagui chega por aqui pré-cozida e é colocada sobre uramakis e niguris. O molho perfeito para acompanhá-la é adocicado e a base de shoyu. O mais apreciado mesmo é o filhote de enguia, um peixe minúsculo e transparente.
Água-viva
Também importada do Japão, chega aqui em conserva, porque assim que sai do mar, a água-viva é geralmente seca, caso contrário, estraga. Depois, então, é reidratada por imersão na água e servida com um molho de vinagre, que a deixa com coloração amarelada ou avermelhada. Alguns descrevem a textura semelhante à da lula, outros, dizem que parece borracha mesmo.