Como funcionam os navios frigoríficos?
18 de abril de 2016Esqueça os barquinhos rústicos de madeira. Na pesca comercial, os navios frigoríficos são determinantes na conservação dos peixes recém pescados. Com porões equipados de maquinários de refrigeração, essas embarcações contam com uma grande estrutura para manter o peixe na temperatura ideal até chegar aos frigoríficos terrestres.
“Após a pesca, o mais importante é o quão rápido o peixe é levado ao frigorífico do navio. Assim que ele é abatido, deve ser congelado (dentro de 1h) numa temperatura mínima de – 40º C. Esse processo de congelamento, conhecido como ultrarrápido, determina a qualidade que o alimento terá depois de descongelado”, afirma Bruno Marques, um dos fundadores da Premier Pescados.
Segundo Marques, um barco de pesca tradicional conta apenas com um porão de gelo e chega a ficar um mês com a mercadoria. “Nesses casos há muito desperdício, pois o peixe que é pescado no primeiro dia muitas vezes é descarregado estragado”. Já a embarcação equipada com frigorífico possui um ‘freezer gigante’, como se houvesse uma fábrica dentro dele. Essa estrutura garante um peixe fresco e saudável para consumo.
Em alguns lugares do mundo, como na Alemanha, todo o processo de captura, congelamento, classificação e embalagem do peixe é realizado dentro dos próprios barcos frigoríficos. Após descarregada, a mercadoria é encaminhada diretamente ao cliente. No Brasil, essa tecnologia ainda não acontece. O processo geral ainda é feito em frigoríficos terrestres.
Os navios no Brasil
Atualmente, a Premier Pescados adquire peixes de mais de 50 navios frigoríficos no Brasil. As frotas estão espalhadas entre São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Amapá, Pará, Ceará e Rio Grande do Norte. E para escolher as embarcações, a empresa segue uma série de exigências. “Só compramos peixes de navios frigoríficos com licença de pesca e equipamentos de frio funcionando perfeitamente. Hoje, no Brasil, apenas 20% dos navios seguem essas regras, os outros 80% são barcos clandestinos”, diz Marques.
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